sexta-feira, 3 de maio de 2013

Criando a própria história para Teatro de Sombras (continuação)

Depois de confeccionarem os personagens e escolherem aqueles que seriam utilizados para fazer o Teatro de Sombras, as crianças começaram a experimentar a narração da história que elas mesmas criaram coletivamente.
A proposta  feita às crianças é a de gravação da história contada em Teatro de Sombras para ser compartilhada em DVD com as outras turmas da escola e com a comunidade escolar.
Então, foram feitas várias "contações", dramatizações e conversas sobre esses momentos.
Alguns deles foram gravados e todos juntos assistimos. As crianças chegaram a conclusões interessantes: para o som ficar audível, quem estivesse contando a história deveria ficar perto de quem estava gravando; poderiam ser incluídos alguns sons na história, como o unicórnio cavalgando, o rugido do dragão e a música de casamento. 
Mas como fazer estes sons?!?!?
As crianças se puseram a pensar nas alternativas e numa delas eu intervi diretamente: a tal "música de casamento".
Algumas meninas comentaram que já haviam sido "noivinhas"/"floristas" em casamentos. E cantarolavam o início da música conhecida como "marcha nupcial".
Apresentei a música para a turma apreciar. Contextualizamos, pesquisando sobre o compositor e a época. Elas logo perceberam que o trecho que já conheciam se repete na música outras vezes. Também notaram os momentos em que a música fica mais forte ou mais fraca. E logo chegaram à conclusão de que como esta música foi composta há tanto tempo, o compositor já morreu.
Pronto: a música de que conheciam apenas o início, se tornou o "hit" da turma! As próprias crianças vão até o som que fica na sala e apertam o "play" para escutar "Sonho de uma Noite de Verão".
Ao ouvi-la, as crianças dançam, sozinhas ou em pares.

FELIX MENDELSSOHN

Berço ilustre leva músico à erudição

Colaboração para a Folha Online 

Um eclético. Além de compositor, ele era também pintor, escritor, esportista --praticava natação, esgrima e equitação- e, segundo consta, era exímio dançarino. Homem refinado, poliglota, membro de uma rica família de banqueiros e intelectuais judeus convertida ao cristianismo, Felix Mendelssohn mostrou-se um talento precoce. Com apenas 17 anos, compôs uma unânime obra-prima: a abertura para Sonho de uma noite de verão (A Midsummer Night's Dream), baseada na obra de William Shakespeare.

Um ano antes, compusera um octeto para cordas. Aos 20 anos, já havia composto uma boa quantidade de cantatas, sinfonias, óperas, quartetos e concertos. Nascido em Hamburgo, na Alemanha, em 3 de fevereiro de 1809, foi idolatrado como gênio por seus contemporâneos germânicos. Sua música, porém, foi banida do país durante o nazismo.

Era neto do filósofo judeu Moses Mendelssohn e, desde cedo, teve uma educação esmerada. Vivendo em um ambiente culturalmente sofisticado, em meio abastado, recebeu da mãe as primeiras lições de piano e, aos 9 anos, publicou uma tradução de Andria, obra clássica de Terêncio, célebre poeta da Roma antiga.

Na mesma época, já apresentava seus primeiros concertos e, aos 12 anos, chegou a tocar especialmente para o poeta alemão Johann Wolfgang von Goethe. Apesar da enorme diferença de idade --Goethe então tinha 72 anos--, os dois teriam ficado grandes amigos. Mais tarde, na Universidade de Berlim, seria aluno do filósofo Georg Friedrich Hegel, ao mesmo tempo que estudava desenho e pintura na Escola de Belas Artes.

Quando completou integralmente seus estudos acadêmicos, Mendelssohn recebeu a permissão do pai, o banqueiro milionário Abraham Mendelssohn, para, enfim, dedicar-se em tempo integral à música, sua maior paixão. Também com a devida autorização e o financiamento paterno, empreendeu uma série de longas viagens pela Europa, com o objetivo de ampliar ainda mais seu universo cultural e musical. Esteve, por exemplo, na Inglaterra, Irlanda, Áustria, Itália e França. Pelo caminho, fez amizades com vários compositores, a exemplo de Chopin, Liszt e Berlioz.

Ao conhecê-lo, Berlioz escreveu: "O que ouvi dele me entusiasmou, estou fortemente convencido de que é um dos maiores talentos musicais de nosso tempo e é também uma dessas almas cândidas que raras vezes encontramos". Já o poeta Heine o trataria como um "segundo Mozart": "Excetuando-se o jovem Mendelssohn, que é um segundo Mozart --e sobre isso todos os músicos estão de acordo-- não conheço nenhum outro músico genial em Berlim", disse Heine.

Além do mérito de sua própria obra, Mendelssohn também foi responsável pela redescoberta de outro gênio da música universal. Em 1829, regeu em Berlim a Paixão Segundo São Mateus, do então esquecido Johann Sebastian Bach, cuja obra havia conhecido por meio de seu professor de piano, Karl Friedich Zelter. A partitura de Bach, que não era levada ao público desde a morte do compositor, ocorrida quase um século antes, fora-lhe presenteada pela tia-avó, Sara Levy. O amor de Mendelssohn pela música barroca de Bach levaria o amigo Berlioz a comentar: "O único defeito de Mendelssohn é que ele ama demasiadamente os mortos".

Mendelssohn era também admirador de Handel, de quem recebeu notória influência. Além disso, foi um dos primeiros músicos a valorizar os últimos quartetos de cordas compostos por Beethoven, composições consideradas um tanto quanto herméticas naquele tempo.

Em 1837, Mendelssohn casou-se com Cécile Jeanrenaud, filha de um clérigo da igreja francesa, com quem teve cinco filhos. Em 1843, fundou o prestigioso Conservatório de Música de Leipzig, onde junto com outros mestres, como Robert Schumman, dava aulas de composição e piano. Quatro anos mais tarde, sua irmã, Fanny Mendelssohn, também compositora, morreu subitamente. Ao receber a notícia, em Frankfurt, Mendelssohn passou mal e desmaiou. Os médicos diagnosticam uma trombose cerebral.

A partir de então, sua saúde nunca mais seria a mesma. Vítima de violentas e sistemáticas crises nervosas, viajou para uma temporada de repouso na Suíça. O tratamento não deu muito resultado. Quando retornou de lá, sem condições de trabalhar, pediu demissão do Conservatório de Leipzig. Em 4 de novembro de 1847, com apenas 38 anos, morreu em meio a um ataque de apoplexia (perda temporária da função cerebral).






As crianças dançam, rodopiam, criam os passos e ensinam umas às outras:















Um comentário:

Unknown disse...

Como são lindas criando!!! Dani, quero um DVD hein... Beijos!