Conta uma
antiga lenda chinesa que o Arqueiro Yi-Bo recebeu da rainha do Ocidente a
missão de guardar uma poção que daria a imortalidade a quem a bebesse. Chegando
em casa com a poção, Nan Chán, a mulher do arqueiro, lhe pediu um pouco daquela
bebida e ele negou. Ela espera, até a hora em que ele se distrai e dorme,
aproveita então essa hora, rouba e foge com essa bebida. Foge para bem longe,
para a montanha mais alta. O arqueiro desolado, sem saber o que fazer, volta ao
palácio e conta à rainha e ela conta ao imperador. O imperador, sem piedade,
ordena que Yi-Bo persiga Nan Chán e a mate.
eclipse
A essa
altura dos acontecimentos, Nan Chán já havia chegado à Lua. Chegando lá, a
mulher de Yi-Bo pega essa poção e bebe, hora em que se forma o Tch'eu
(eclipse), palavra que em chinês quer dizer "o sapo devora a lua". O
Imperador, assustado, manda que seus arqueiros atirem flechas, mas a mulher de
Yi-Bo havia transformado-se no que sempre fora e ninguém sabia, a deusa Lua, e
nenhuma flecha lhe atinge.
eclipse
Seu
marido arqueiro se transforma em sapo, porque não reconheceu que aquela
camponesa não iria permitir que uma rainha qualquer tomasse a poção da
imortalidade. Na China, durante muito tempo, os arqueiros disparavam flechas
para a Lua, em um ritual que lembrava esse acontecimento e, até hoje, a lua sempre vem anunciando a chuva, que tanto alegra as rãs e os
descendentes do sapo que já foi seu marido.
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