As crianças da turma adoram brincar com as sombras e suas possibilidades. Propus para elas que criassem uma história para confeccionarem os personagens e fazerem um teatro de sombras.
Criar a história coletivamente foi um momento de grande discussão, discordâncias e acordos. Os meninos não queriam que o dragão morresse ao final da história. Para tanto, tiveram que aceitar a entrada do unicórnio na história.
A bruxa tinha que ser linda e se casar também.
Depois de muita conversa, a história ficou assim:
As crianças escolheram quais personagens gostariam de desenhar para fazerem o teatro de sombras. A empolgação foi tanta que surgiram inúmeros desenhos. Diante da quantidade de desenhos, elas sugeriram escolher apenas alguns.
Mas como escolheriam? Como seria feito?
As crianças fizeram então uma votação.
Cada autor do desenho explicava qual elemento da história havia representado e participava da votação, que foi feita por personagem/elemento (todos os desenhos de princesas, todos os desenhos de bruxas, todos os desenhos de carruagens etc.).
O momento da eleição foi singular!
Cada criança se pronunciava e a professora ia anotando cada voto. Os votos eram contabilizados ao final. As crianças decidiram que em vez de permanecer apenas um desenho de cada categoria, permaneceriam dois para serem utilizados no teatro de sombras.
Na hora do pronunciamento do voto, as crianças refletiram sobre vários aspectos e falavam umas às outras:
"Você não pode escolher o da 'fulana' só porque ela é sua amiga".
"Você tem que pensar na história".
"Eu não sei qual escolher. Posso escolher depois?"
" 'Fulano', escolhe o meu!"
"Para! Eu que vou escolher".
"Eu escolho o do 'fulano' ".
"Por que você não escolheu o seu?"
"Porque eu achei o do 'fulano' mais legal".
Enfim, muitas discussões acaloradas, muitas reflexões. Os desenhos que não forem utilizados no teatro de sombras, serão organizados juntos aos outros desenhos das crianças.